segunda-feira, 13 de maio de 2013

Números finais do edital FMC 03/2012.



Relação de projetos inscritos e aprovados:

Teatro e circo: 22 projetos encaminhados, sendo 9 aprovados.

Manifestações culturais: 13 projetos, 6 aprovados.

Artes visuais e artesanato: 13 projetos, 5 aprovados.

Literatura: 12 projetos, 7 aprovados.

Audiovisual: 11 projetos, 4 aprovados.

Dança: 9 projetos, 5 aprovados.

Patrimônio histórico cultural material e imaterial: 8 projetos, 3 aprovados.

Patrimônio histórico cultural edificado: 7 projetos, 3 aprovados.

Artes integradas: 5 projetos, 3 aprovados.

Música: 54 projetos e apenas 7 (sete) aprovados, sendo 4 com ressalvas. Pode aprovar projeto com ressalvas? E todos com o valor máximo: 17 mil reais.  Por que só projetos com valor limite foram aprovados?

154 projetos apresentados e 52 aprovados.

De R$ 1.175.055,00 disponíveis, foi aplicado R$ 918.216,95. Gerando um saldo de R$ 256.838,10.

Esse saldo representa 15 projetos de 17 mil reais a menos na área de música.

E o pior, esse valor futuramente vai ser disponibilizado em outro edital e será igualmente repartido entre as 10 áreas.

Como o conselheiro que representa a área de música deixa acontecer uma coisa dessas? E o suplente? 

Certamente o edital FMC 03/2012 foi o que mais prejudicou os músicos da cidade. Os números comprovam isso, principalmente se analisarmos a proporção de projetos apresentados e aprovados.

Quero deixar bem claro que não tenho nada contra o conselheiro de música, mas tenho contra quem votou nele. E relembrando, não foi uma eleição unânime.

O que dizer dos conselheiros das outras áreas? Apenas pensaram em garantir o maior número de projetos aprovados nas suas competências e dane-se a música?

Dos 20 conselheiros ninguém percebeu essa desproporção gigantesca?

De 7 projetos aprovados na área de música, 2 projetos são para gravação de cd, e dos outros 5, pelos títulos dos projetos, apenas um é para circulação.

Quer dizer que se depender do Conselho somente um grupo musical, duo no caso, vai se apresentar pela cidade com recursos do Fundo Municipal de Cultura.

Não há lista de projetos suplentes em cada área. Quer dizer que se por motivo “de força maior” um dos sete projetos aprovados não se realizem simplesmente o dinheiro vai continuar na conta do Fundo e nenhum outro projeto vai ser aprovado.

Como de costume nenhum dos meus projetos foi aprovado. E para meu espanto, vários proponentes de projetos musicais também tiveram o mesmo destino.

Será que todos esses “projetistas”, inclusive eu, desaprenderam a fazer projetos? De um edital para outro nossos projetos se tornaram insignificantes?

Temos de ser criativos, a cada edital apresentar uma nova proposta, já que a lei e o conselho não admitem repetições de ideias ou projetos sequenciais. Mesmo que a proposta tenha sido sucesso de crítica e público.

Há lógica em projetos diferentes para um mesmo produto? Ou vale o talento em convencer as pessoas (conselheiros de cultura e análise técnica), que vale a pena mais do mesmo?

O que me preocupa são as pessoas que aprovam esses projetos e o rumo que o Fundo Municipal de Cultura está tomando.

O site com as atas de reuniões do Conselho está abandonado, a última ata é de 25 de agosto de 2011. As reuniões não são divulgadas. Comissões de análise técnica também não.

Quem foram os profissionais contratados para serem os pareceristas do edital FMC 03/2012? Não faço a mínima ideia.

Projetos cruzados podem ser aprovados? Tipo o meu irmão que não é músico mandar um projeto para a área de música para me contratar? Ao menos lendo os sobrenomes dos proponentes que tiveram projetos aprovados deduzi que isso é permitido.

Então fica a minha pergunta: Há necessidade do proponente do projeto encaminhar seu currículo para comprovar atuação na área?

Tudo isto é consequência dos próprios músicos da cidade, que não comparecem nas reuniões para escolha de conselheiro para representar a área de música, que não discutem as leis e os editais, que não fiscalizam outros projetos, que quando tem seus projetos aprovados tratam logo de executá-lo para se livrar o quanto antes e esperar outro edital.

Dos que estão com prestação de contas atrasadas desde o primeiro edital, lá em 2009. Como estão impedidos de apresentar outros projetos então não tem motivos para se preocupar.

Dos que não se candidatam a conselheiro porque não querem deixar de apresentar propostas durante o mandato.

Dos que só querem saber de música e não discutem a política cultural local. Tornando os músicos reféns de pessoas que nunca viveram e muito menos estudaram a arte, que a veem apenas como um hobby, ou coisa de criança.

Dos que já ganharam 3 ou 4 editais seguidos e não tem motivo para se preocuparem porque estão ganhando. Se estou ganhando por que eu vou participar de alguma reunião sobre política cultural?

E o que dizer dos que fazem dos editais culturais uma chance de grana extra sem compromisso? Afinal de contas, alguém fiscaliza?

Tem também os que reclamam, mas no momento de organizar um abaixo-assinado, alguma manifestação, ou simplesmente comparecer a uma reunião ordinária do conselho, ficam com receio de não terem mais suas propostas culturais aprovadas.

Fica a dica (parodiando Mário Quintana): Os conselheiros passarão e o fundo passarinho!

3 comentários:

  1. Uma triste realidade. Escancarada a falta de ética e bom senso que juntas, compõe um processo de seleção corrupto e, no mínimo, muito obscuro...

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  2. É complicado amigo. Também não tivemos projeto algum aprovado. E soube que um dos aprovados QUASE TEVE DOIS APROVADOS, foi por titica mesmo. Se tivesse acontecido isso eu iria lá tomar satistação. Mas alguma coisa anda mal explicada mesmo, não sei dizer o que é, acho que estamos numa uruca mesmo! E pensar que fomos lá FESTEJAR na SCAR no dia do lançamento dos valores para a cultura. Estamos chupando dedo também. Acho que a cidade quer mesmo é "shows" de Michel Teló, Luana Santaninha e outros "artistas" lamentáveis que tomaram conta do país. Tá difícil lutar contra isso!

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  3. Você podia escrever um edital melhor que esses todos que nos são impostos né!? São muito fracos e deixam milhoes de brechas para as pessoas darem o "famoso" jeitinho. Gaste energia nisso, meu amigo. Menos rancor e mais amor pela arte!

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