terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cultura x decepção, por Darling Quadros*

Ao chegarmos ao fim de mais um mandato na gestão municipal, se faz necessário pontuar algumas questões para reflexão. Grande foi a expectativa em torno da atual gestão, e maior ainda a decepção. Decepção provocada quando os cargos, que deveriam ser ocupados por técnicos bem formados, foram entregues a amigos, que pouco ou nada fizeram pela cultura.

Neste sentido, gostaria de citar uma fala do ex-secretário nacional de Cultura, Ipojuca Pontes. Ao analisar o momento pelo qual passa a gestão cultural no Brasil, ele afirma: “Em vez da criatividade genuína, voltada para a difusão de valores universais e permanentes, institucionalizou-se no País a indústria do ativismo cultural, centrada na substituição da obra de arte pela febre do evento ‘político-cultural-mediático’, de cuja manipulação dependem liberações de verbas públicas, a sustentação do clientelismo da ‘casta de serviço’ e a expansão da nomenclatura cultural dentro do aparelho do Estado”.

Ao fazer esta afirmação, Ipojuca corrobora a tese de que na gestão publica, em especial na área cultural, prevalecem escolhas motivadas por simpatias ou por indicação pessoal. Este tipo de escolha deixa um legado de desestruturação da área cultural e também cria vícios comportamentais que se mesclam à gestão que esta iniciando, perpetuando práticas poucas recomendáveis. Como profissional da área da dança, com vasta experiência em projetos culturais e formação no exterior, o que mais me chama atenção é a total falta de qualificação dos ocupantes de cargos comissionados.

Temos que avançar na área da cultura com destaque para a recuperação da nossa Casa da Cultura, com suas três escolas, pioneira em Santa Catarina, com mais de 40 anos de existência. Devemos ter em mente que a qualificação técnica pressupõe o conhecimento das instâncias administrativos-burocráticas e deve ser permeada pela memória dos distintos órgãos.

Esperamos que a nova gestão traga técnicos especializados que, a despeito de serem ou não dos partidos que integram a coligação, sejam profissionais comprometidos com os destinos culturais da cidade. Destinos estes que merecem ser recuperados e retomados a bem de toda a sociedade.

Original



* Produtor cultural em Joinville.

O Plano Municipal de Cultura, citado na postagem da semana passada será votado hoje na Câmara de Vereadores, segue a notícia:

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pérolas do Conselho Municipal de Cultura 2008


Continuando a série pérolas culturais vou colocar trechos interessantes das atas disponíveis no site do Conselho Municipal de Cultura de Jaraguá.

No espaço destinado as atas daquele ano encontram-se apenas 5, quando deveria haver no mínimo 9 ou 10.

Reunião realizada no dia 15 de abril de 2008.


Meu comentário: Esse ano foi lançado dois editais pelo Fundo Municipal de Cultura e era ano eleitoral. Aliás, a maioria dos projetos aprovados teve uma divulgação pífia.  Já o governo estadual, mesmo se tratando de eleições municipais não lançou nenhum. Foi o que ocorreu com o Prêmio Elisabete Anderle que ficou para 2013.


A iniciativa privada tem que resolver tudo? Pra quê que existe conselhos e prefeitura então?


Meu comentário: No dia 17 de março de 2012 foi votado o plano municipal de cultura e no dia 12 de setembro foi entregue ao poder executivo.


Que agilidade hein... 4 anos e meio para criar um plano. Agora só falta a câmara de vereadores aprovar, se é que já não foi aprovado.


Reunião de 27 de maio de 2008.



Meu comentário: Esse negócio de criar a lei depois que o recurso está disponível é bem coisa de brasileiro. Tipo criar projetos só porque há recurso disponível. Itajaí? Quer dizer que lá não precisa ter comprovante de residência dos 3 anos anteriores ao lançamento do edital?Teve um pessoal que veio para Jaraguá depois que os editais foram lançados e usaram artistas daqui para poderem participar. A lei não impede isso. É o famoso “jeitinho brasileiro”!

Não vejo lógica num Fundo Municipal de Cultura aprovar projeto de cidadão jaraguaense que contrata artista de outra cidade para se apresentar aqui. O Fundo não é para valorizar a cultura local?



Meu comentário: Quer dizer que eu crio uma associação cultural sem fins lucrativos e a Fundação Cultural tem de fazer o levantamento de dados da minha associação? Tem muita associação em Jaraguá do Sul que a FC nem sabe que existe. Não fiscalizam nem os projetos que eles patrocinam imagina correr atrás de presidentes de associações para entrevista de levantamento de dados.

Muitas associações só existem no papel, sem uma sede, raramente com atividades.

E se o tal do cadastro cultural funcionasse? Quanto tempo teríamos ganho!  Aquela era a hora do famoso “mapeamento cultural”.



Reunião do dia 16 de setembro de 2008.



Meu comentário: Conselheiro chamando mais de 70 entidades de burras por tabela. O famoso analfabetismo funcional. É que é assim, sem recurso o pessoal não quer saber de responder, agora põe um edital exigindo o preenchimento desse cadastro pra ver se todas as entidades não vão responder e participar encaminhando um ou dois projetos.




Meu comentário: Tá aí um forte candidato para o prêmio Simpatia Cultural. Participei de uma reunião do conselho (08.12.11) e do I Fórum de política cultural de Jaraguá do Sul (17.03.12) com a presença do referido “conselheiro”. Não recomendo a ninguém.

Debater não é apenas uma pessoa falar e praticamente obrigá-las a concordar com tudo.

Qualquer dúvida em relação ao conteúdo das atas ou quem quiser lê-las na íntegra segue o link:


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Resultado das eleições do CNPC

Conforme publicado nessa postagem http://www.ederw.blogspot.com.br/2012/07/processo-eleitoral-do-conselho-nacional.html no mês de outubro foram escolhidos os delegados titulares para as setoriais que formam o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC).

A votação ocorreu de 18 a 23 de outubro, por meio da plataforma virtual do processo eleitoral.

Votaram 2.347 eleitores, correspondentes 81,9% do total de eleitores validados, sendo registrados 2.301 votos válidos e 46 votos nulos.

Foram eleitos 444 candidatos como delegados titulares e 10 como suplentes.

Os delegados eleitos representarão os respectivos segmentos culturais nos Fóruns Nacionais Setoriais, que acontecerão nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, em Brasília, ocasião em que serão eleitos os membros dos 17 Colegiados Setoriais e seus representantes no Plenário do Conselho Nacional de Política Cultural.

O estado de Santa Catarina, na setorial de música, teve apenas 5 eleitores. Na setorial de música de todos os estados brasileiros 306 eleitores inscritos puderam votar.

Destaques positivos: O estado do Paraná participou com 54 eleitores e São Paulo com 61. Destaques negativos: Acre e Roraima não tiveram eleitores.

Dos 5 eleitores catarinenses, 3 eram candidatos e apenas 4 votaram, sendo eu um dos eleitores. Fato esse que segundo cálculo estipulado pela lei eleitoral permitiu apenas um delegado para o estado de Santa Catarina na setorial de música.





O delegado eleito foi o músico Flavio Cesar Nunes Araujo.

Um grupo de discussão para a setorial de música do estado de Santa Catarina foi criado no Facebook pelo próprio Flavio https://www.facebook.com/groups/376537549094619/

O que percebo dos músicos é que a maioria, uns 95%, não querem se incomodar. O processo de inscrição e eleição era completamente virtual. Passar um documento para PDF não é o fim do mundo e nem algo complexo ou demorado, mas parece que os músicos andam muito ocupados.

O grupo de discussão criado no facebook tá parado, ninguém tem ideias, propostas ou sugestões. Apresentei algumas sugestões mas os participantes não dizem se concordam ou não.

É legal que em ano eleitoral sempre tem os candidatos que se dizem da cultura e nesses casos alguns músicos encontram tempo para compartilharem e-mail, ou mensagens em redes sociais pedindo apoio.

Aquele velho papo que os artistas têm de ter um representante e tal. Na boa, cultura não dá voto e o tempo provou isso.

O CNPC proporcionou cada estado escolher o seu representante e vejam o que aconteceu...



É inadmissível o estado de Goiás, terra de Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, Amado Batista, Bruno & Marrone, Léo Jaime entre outros, ficar sem representante.

Nenhum aluno ou professor do curso de música da Universidade Federal de Goiás teve interesse em participar?

Ninguém de Goiás teve inscrição validada. Ou não enviaram os documentos necessários para a validação do cadastro ou esses documentos não eram suficientes para comprovar que eram realmente músicos.

Logo o estado mais próximo de Brasília.

O mesmo ocorreu com Minas Gerais, estado com várias universidades de música e com músicos de reconhecimento nacional (Skank, Zé Geraldo, Paula Fernandes, Gusttavo Lima, entre outros).

Sem falar dos músicos de orquestra sinfônica, parece que por serem funcionários públicos já estão pensando no que vão fazer com a aposentadoria.

Pode ser que todo esse pessoal nem ficou sabendo ou nem sabia que existe um Conselho Nacional de Política Cultural. Repito o que escrevi na postagem que falava das eleições: Foi mal divulgado.

Um dos delegados da setorial de música do estado de São Paulo é o compositor Mario Ficarelli.

Se o CNPC vai resolver ou melhorar alguma coisa ainda é cedo para críticas. Vejo nos delegados eleitos uma oportunidade de cada estado e principalmente cada segmento (música, teatro, circo e outros 14) ter suas reivindicações ou ideias levadas pessoalmente para Brasília.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Algumas bobagens culturais...


Quero dedicar esse post para algumas bobagens culturais comuns do nosso dia-a-dia.




Uma apresentação de 5 minutos não significa que a obra apresentada seja minimalista. Aliás, umas das características do minimalismo, principalmente na música, é a repetição de um grupo de notas por bastante tempo, criando uma atmosfera quase hipnótica.

Segundo o que lemos, todas as músicas tocadas nas rádios seriam minimalistas.

Outro dia recebi um e-mail de um cara se apresentando como o novo Leonardo da Vinci. Escrevi um livro, sou escritor! Gravei um cd, sou músico. Participei da peça de teatro tal, sou ator! Fiz trilha sonora para uma peça tal, sou compositor! Cantei uma música, sou cantor! Dirigi uma peça de teatro, sou diretor!

Gostaria de lembrá-lo que o Tiririca tem 3 cd’s gravados, então pela sua lógica ele seria um músico, e também compositor. Sabemos que o primeiro cd foi um devaneio coletivo momentâneo, imposto por empresários que pagam rádios para tocarem determinada música (Jabá) em sintonia com o que as grandes emissoras de televisão apresentam nos seus programas dominicais.

Só que as consequências foram maiores: virou ator, humorista, apresentador de programa, e para piorar foi eleito deputado federal. Tentou até levar o filho para o mesmo caminho. Felizmente não emplacou. Ainda...

Processo semelhante acontece com as ex-BBB’s. Entram como “anônimas” e depois saem da casa como modelos, atrizes, apresentadoras, repórteres etc.

Seguindo a lógica, o seu Creysson, aquele do Casseta & Planeta, tem um livro publicado, então ele também é um escritor.

Uma vez teve um cara que leu o Código do Consumidor e desejou fazer justiça. Ganhou um espaço num programa policial meia boca e se empolgou. Estudou Direito. Foi eleito Deputado Federal.

Criou até um “Plantão Jurídico” (espécie de tele-advogado) 0900-112222, mas nunca passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Claro, foi processado por exercício ilegal da advocacia. Até para governador do estado de São Paulo já concorreu. Não é que o cara queria ser prefeito de São Paulo?

Ouço e às vezes leio as frases ou palavras de efeito, algo do tipo: gestão do conhecimento (que conhecimento? científico, político ou cultural?), sustentabilidade (que tá na moda), projeto de vida (que inicia quando o cara já sabe o dia em que vai morrer), resgate cultural, preservação cultural, mapeamento cultural.

Esses dias li um santinho de um candidato que dizia: quero ser vereador porque gosto de ajudar as pessoas. Num Facebook leio que outro quer ser vereador porque almeja novos desafios. Outro porque é jovem.

Quer um novo desafio? Vai quebrar pedra em Marte!

O mais interessante foi ler um comentário de uma carta aberta para a comunidade, escrita pela necessidade de explicar uma piada mal entendida. O comentário: Dizem por aí que a insanidade é contagiante!

O que me preocupa são os imbecis motivados. Gente que esquenta arroz em casa e já pensa em abrir um restaurante. Gente que elogia algo sem ter o mínimo conhecimento do que está elogiando. Esse tipo de elogio pode trazer consequências desastrosas no futuro, quando o elogiado desejar se tornar um profissional.

É comum no nosso trânsito encontrar pessoas que compram um Chevette, colam um adesivo “Turbo” no para-brisa e pensam que serão o novo Ayrton Senna. Sem esquecer os toca-fitas RollStar no volume máximo.

Jogadores de Playstation que terminam o Need for Speed e se acham com moral para ridicularizar o Rubinho Barrichello.

Na música é comum o cara forrar a garagem de casa com caixa de ovo e achar que aquilo é um isolamento acústico. Quando na verdade é uma incubadora de aranhas e baratas. Depois vem com aquele papo de estúdio caseiro.

Mas num país onde ser jornalista não necessita de graduação, e que apenas o talento basta, o elogio é tudo. Dá Ibope! Como se estudo e treino fossem para os fracos. Essas aberrações sobrevivem e o pior, procriam. Ah, e também votam.

Num domingo à noite vi que um auxiliar de cozinha, ou motoboy, que mora com a família numa casa própria já é considerado como sendo de classe média. Partindo desse princípio Jaraguá do Sul é o Dubai do Brasil.

Com tudo o que foi exposto nessa postagem posso deduzir que sou: filósofo, blogueiro, escritor, crítico musical, produtor musical, palestrante, humorista, político e jornalista.
Podem ficar tranqüilos, sei também do meu potencial como fisiculturista, modelo, lutador e comentarista de UFC, enxadrista, técnico, jogador e torcedor de futebol.

Tenho também um perfil para vendas no Mercado Livre, então eu posso pensar que sou um comerciante ou empresário.

Só não posso ser professor de música porque o meu diploma é de bacharel em música.

Há uma linha muito tênue entre “hobby” e “doença mental” (Luís Fernando Veríssimo).

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Entendendo um pouco a estrutura cultural jaraguaense


Curiosamente segunda-feira (10.09), li no site do Peron uma relação de cargos comissionados da PMJS. Além da FC (Fundação Cultural), temos a SEMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura) e a SEMED (Secretaria Municipal de Educação). Seria a SEMEC um meio termo entre a FC e a SEMED? E também a Fundação Municipal de Cultura a FMC. 

Eu particularmente não entendi.




Fonte: Sérgio Peron



As poucas vezes que fui a SEMED fazer algumas perguntas nunca me falaram dessa SEMEC. A secretaria existe, e segundo o relatório não tem nenhum funcionário comissionado trabalhando. Acho que todo mundo saiu candidato a vereador ou essas vagas estão sendo negociadas para a futura coligação que ocupar o paço.

Destaca-se a existência da Fundação Municipal de Cultura e da Fundação Cultural. Como eu faço para distinguir as duas? Pelo relatório a FC também não possui nenhum comissionado trabalhando.

Na postagem http://www.ederw.blogspot.com.br/2012/05/perolas-do-conselho-municipal-de.html há um trecho de uma ata de uma reunião do Conselho Municipal de Cultura pedindo a desvinculação da Fundação Cultural da Secretaria de Educação e Cultura.




Temos a Fundação Cultural e a Fundação Municipal de Cultura, ambas com 26 cargos comissionados criados e apenas 15 ocupados.

Secretaria Municipal de Educação e Cultura tem 19 cargos comissionados, mas nenhum ocupado. Infelizmente não faço ideia de quantos funcionários efetivos trabalham nessas secretarias.

O trecho da ata da reunião do CMC é de 08 de fevereiro de 2007. 5 anos depois, por acaso, vejo que tanto a Fundação Cultural e a Secretaria de Educação e Cultura estão com todos os seus cargos comissionados desocupados.

E os funcionários efetivos lotados nessas secretarias, por onde andam?

Desvincular para não funcionar parece ser o lema.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Juventus na Série A.



1° de julho de 2012, começava mais um Campeonato Catarinense da Divisão Especial, conhecido como a Série B do Campeonato Catarinense. O jogo era Juventus contra o Atlético de Tubarão, no ressuscitado estádio João Marcatto. 

Enquanto políticos de segunda divisão prometiam patrocínios de 200 mil reais pessoas de bom coração resolveram arregaçar as mangas e montar um time de futebol.

Uma dívida inicial de 35 mil reais deveria ser paga para que o Juventus pudesse disputar o Campeonato. Compromisso assumido pelo Jornal Correio do Povo.

Começa o jogo, um público aproximado de 2 mil pessoas, bom público para um início de campeonato. Empate em 0 a 0.

Segundo jogo era fora de casa, derrota para o Concórdia pelo placar mínimo.

A partir daí começou uma queda no público dos jogos do Juventus. Pelos vídeos que acompanhei das partidas do Moleque travesso fora de casa, de longe o João Marcatto era o melhor estádio da competição como também o melhor gramado. Exceção do Caxias que jogava na Arena do JEC.

As poucas pessoas que vinham aos jogos criticavam mais do que para torciam. Tinha torcedor que só sabia xingar, mas o nome do jogador não sabia.

O jogo contra o XV de outubro de Indaial, realizado no sábado 22/09, à noite, não contava com 300 torcedores.

O recorde negativo foi o último jogo do returno contra o Guarani de Palhoça. Nem 150 pessoas, contando os jogadores em campo, imprensa, vendedores ambulantes.

Tudo bem que era um jogo atípico, que a derrota interessava para o Juventus que com apenas 4 titulares foi derrotado por 3 a 1. Deixando seus 150 torcedores revoltados.

Destaca-se a divulgação dos jogos que, na minha opinião, foi muito mal feita. Algumas placas perdidas pela cidade, jornais divulgando horário e dia errado.

Felizmente, a partir das semifinais do returno a coisa começou a decolar. Novamente Juventus contra Atlético de Tubarão se enfrentaram aqui em Jaraguá, com o Juve precisando vencer.

Tomamos um gol no começo do jogo, mas graças ao apoio da torcida e principalmente a competência dos jogadores viramos e na mesma noite além de garantirmos a vaga para a final do returno da competição garantimos a vaga para a elite do futebol catarinense.

No jogo havia um público de aproximadamente 2.500 pessoas. Bom público.

Aplausos para os jogadores do Guarani de Palhoça pelo profissionalismo, que mesmo vencendo o turno e garantindo vaga na final do Campeonato, venceram o Imbituba e “ajudaram” o Juventus na volta a Série A.

Esse ano o Imbituba foi o único time que o Juventus não conseguiu vencer. Um empate em casa e uma derrota fora.

A derrota em casa para o Bugre teve as suas vantagens.

A decisão do returno foi aqui em Jaraguá, no melhor jogo do Juventus desse ano. Novamente precisando vencer para ser campeão do returno o Juve jogou fácil e venceu o Bugre de Palhoça por 3 a 0, com 2 golaços do atacante Lourival.

Mais de 3 mil pessoas no jogo.

A final do Campeonato, novamente contra o Guarani teve o maior público de todos. Foi nostálgico ver o João Marcatto quase lotado, mais de 5 mil pessoas, muitos foguetes, muita festa, véspera de feriado.

Pena que o final não foi perfeito, empatamos sem gols. Jogo truncado e que se tivesse mais um tempo não alteraria o placar.

Serviu para mostrar que é possível lotar o estádio com bons jogos, afinal esse ano foi a Segundona de SC, ano que vem vamos receber Criciúma, Figueirense, Avaí, Joinville, Chapecoense e outros times, enfim vai voltar aquela rivalidade da década de 90, quando eu treinava nas categorias de base do tricolor jaraguaense.

Pena que naquela época não havia uma estrutura séria. Lembro que ficava duas tardes por semana fazendo rachão no campo da recreativa ao lado do estádio, sem nenhum treino técnico ou tático. Quando me liguei nisso resolvi não continuar mais.


Foto de 1992 ou 93, eu sou o goleiro com a camisa do Corínthians. Era Ronaldo Giovanelli do Jaraguá esquerdo (Rs). Foi uma preliminar para o jogo Juventus e Criciúma. Lembrando que o Criciúma vinha como campeão invicto da Copa do Brasil de 1991 e um quinto lugar na Libertadores da América de 1992. Naquela ocasião o Juventus perdeu por 1x0. Fui também um dos gandulas daquele jogo.

Daquela geração nenhum vingou. Fica a dica para a diretoria: profissionalizar as categorias de base.  Uma peneira nas escolas de Jaraguá também seria interessante, afinal de contas talento, não só para o esporte como para a arte, se descobre na escola.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Músico x Professor de música

Duas profissões que atualmente são difíceis de fazer uma distinção. São poucos os músicos que se dão ao luxo de não dar aulas, viver apenas de performance. Assim como músicos que saibam dar aulas.

Alguns músicos se tornam professores por falta de opção mesmo.

Muitos professores tocam como alunos, assim como muitos alunos tocam como professores.

Eu que durante o meu bacharelado era obrigado a cantar e reger coral, tocar em orquestra e estudar uma infinidade de instrumentos de percussão durante quatro anos, dia e noite, teoricamente não estou habilitado para ser professor de música por que sou apenas um bacharel.

Agora sou obrigado a aceitar que cursinhos de 12 meses, com aulas presenciais quinzenais, formem professores com conhecimento em solfejo, ritmo, regência coral, banda rítmica e um termo que me deixou muito preocupado: percussão corporal e instrumental.

É até certo ponto arrogante pensar que em alguns meses vai se formar um professor de percussão corporal e instrumental. Por mais que seja um pedagogo com anos de experiência, na prática vai faltar a vivência da música. E, na boa, os alunos não perdoam. Falo por experiência própria.

As escolas, tanto municipais quanto estaduais, não possuem estrutura suficiente para oferecer uma aula de educação física decente. Em dias de chuva não ocorre atividades. As poucas escolas que possuem um ginásio estão com o mesmo caindo aos pedaços.

Há universidades federais que oferecem curso de música e até mestrado, sem possuírem uma estrutura para o mesmo.

Se com a Educação Física, que é uma disciplina que está há décadas no currículo escolar acontece isso, imaginem o que vai acontecer com a música.

Geralmente quem quer aprender música quer também tocar um instrumento, do contrário vai ser uma disciplina semelhante à Química numa escola sem um laboratório específico.

No começo dos anos 2000 o curso de Artes com habilitação em música se tornou febre nos editais para concurso público. Os salários na maioria das vezes não são muito atraentes. Quanto será o salário para o técnico de música?

Acredito que nos próximos editais que eu encontrar vai aparecer o termo Habilitação em música como pré-requisito para ingresso em concurso público e com um salário menor que um professor com licenciatura.

No fim, na hora do desespero, os tocadores de músicas de 3 acordes (filhos do Cifra Club e do Youtube) vão ser promovidos a professores de música, profissão que vai se tornar hobby, estimulando DJ’s, MC’s e afins a se auto denominarem músicos.

Efeito que vai fazer com que músicos reconhecidos, professores com licenciatura e músicos com curso superior em música sejam equiparados a artistas de fim de semana.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Profissão: Professor de música

Nos últimos anos tenho acompanhado vários editais para professor de música em todos os níveis (municipal, federal e estadual), habilitação e o mais importante salários.

Semana passada li o seguinte edital da Prefeitura Municipal de Lebon Régis:




Será que alguma pessoa apenas com o ensino fundamental pode se auto intitular professor de música? Como uma Secretaria Municipal de Educação vai contratar um funcionário como professor se ele não possui titulação para tal finalidade?

Esse concurso é para funcionário efetivo.

Outro é um processo seletivo para a Prefeitura Municipal de Florianópolis:




Ao ler a habilitação requerida lembrei uma postagem minha http://ederw.blogspot.com.br/2012/07/um-balde-de-agua-fria.html

Remuneração:



O referido processo seletivo é para professor substituto (prostituto) e o edital é para formação de cadastro de reserva. Se o candidato aprovado for chamado ficará no mínimo 1 ano e no máximo 2, depois é feito outro concurso.

É possível fazer um trabalho sério sem continuidade?

O último concurso público que eu fiz foi no começo desse ano, precisamente 7 de janeiro e foi para uma prefeitura de uma cidade no Rio Grande do Sul.



O salário e a carga horária para mim eram interessantes, o que me preocupava era o cadastro de reserva. Passei em segundo, conheço o primeiro colocado que até hoje não foi chamado.

Esse mês saiu um edital para concurso público para professor efetivo na Universidade Federal do Ceará:




Professor de Percussão e Etnomusicologia é possível, agora Antropologia e Sociologia é um pouco de mais né? O pessoal de lá quer um professor 4 em 1? 4 professores pelo salário de 1?




Destaco a complexidade dos concursos públicos federais, com prova teórica, prática e de títulos e a seriedade com que as mesmas são realizadas. Claro que nesse caso todo o concurso com prova prática é subjetivo.

A postagem é para mostrar a discrepância que há entre salários oferecidos por prefeituras e governo federal e também entre a titulação exigida. Há vagas para “professores” com apenas o ensino fundamental completo como vaga para superprofessores 4 em 1.

E pensar que qualquer salário de político é superior a de um professor auxiliar de nível universitário. Sem falar que dificilmente um político trabalha 40 horas por semana.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Relembrar é viver...


Prestei concurso público para a Prefeitura Municipal de Jaraguá do Sul no começo de 2008.




Havia uns cargos meio estranhos, tanto que ocorreu até retificação ao edital...




Os cargos de Educador Social provavelmente estão vinculados a Secretaria da Assistência Social, mas esses cargos de Instrutores artísticos estão vinculados a qual secretaria? Educação? Fundação Cultural? Também na Assistência Social?


Salários:




Além da prova escrita, que tinha até redação, havia a prova de títulos e a tal prova de experiência profissional.





Dúvidas consultem o link com toda a documentação virtual http://www.acafe.org.br/new/index.php?endereco=concursos/jaragua_08_1/inscricao/index.php

Prestei o concurso para o cargo Educador Social (Música), pois me encaixava na habilitação exigida para o cargo.

Fiz todas as provas e obtive o seguinte desempenho:



Depois da prova de títulos e experiência profissional ficou assim:


Interessante foi alguns dias depois ouvir reclamações de pessoas que prestaram concurso para motorista informarem que candidatos que tiveram 3 pontos adicionados a nota das provas escrita, títulos e prática, tiveram o tempo de serviço como pedreiro computados para a prova de experiência profissional.

Gente que trabalhava como caixa de supermercado e teve o tempo de registro em carteira computado para a prova de experiência para o cargo de assistente social.

Quem não tinha o tempo de serviço registrado em carteira podia simplesmente imprimir um modelo fornecido pela própria Acafe e colocar o tempo que quisesse. Quem não acredita clica no link:


Sem a prova de experiência profissional eu teria ficado em primeiro, com a prova caí para quarto. Claro que nunca fui chamado.

Entrei com processo questionando a minha pontuação da prova de experiência profissional já que tinha registro de 10 meses em carteira de trabalho, sendo cada mês equivalente a um décimo (0,1). O tempo somado dava 1 ponto, e não 0,9. 

Questionei também essa prova de experiência profissional. O juiz sentenciou que eu não tinha direito de questionar a prova de experiência profissional.

É legal ver pessoas que passaram para esses cargos andando normalmente pela cidade durante o horário de expediente, ou fazendo bicos em Conselhos Municipais e até no Protocolo da PMJS.

Quem quiser rir um pouco acesse a lista final do concurso e entenda como o Moacir conseguiu os seus 9.894 votos. Agora entendo porque nessa eleição vi pessoas com o adesivo 22 no carro ou no peito.

As conhecidas viúvas do Bertoldi.

Houve alguns candidatos que ficaram bem classificados e foram chamados, só que estranhamente reprovaram no exame admissional. Exames de audiometria, desvios de coluna foram argumentos suficientes para a PMJS não contratar o candidato aprovado.

Cargos que tinham 6 vagas tiveram candidatos na décima sexta colocação chamados e contratados.

Imagina passar para o cargo de Educador Social e depois ir trabalhar no Protocolo. Tudo a ver! Depois me perguntam por que eu anulo o meu voto.

A minha ideia do cargo era trabalhar na banda municipal, só que para a PMJS e Fundação Cultural parece ser mais interessante contratar alguém a parte, como mostrado nessa postagem http://ederw.blogspot.com.br/2012/03/projetos-de-incentivo-musica-e-cultura.html

A ACAFE nunca mais realizou concursos públicos aqui em Jaraguá e o último que ocorreu na área de educação foi no final do ano passado organizado pelo SOCIESC.

A prova de experiência profissional foi descartada.

Obs.: Em outra postagem vou comentar o processo (mandado de segurança).

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleições 2012 – Números finais


O resultado das eleições 2012 em Jaraguá teve um final interessante, até certo ponto irônico.

Ficou a prova que santinho, carreata, bandeira, placa, camisa, adesivo, aperto de mão, tapinha nas costas, cordialidade, amizades de última hora, ônibus com equipe de campanha, boca de urna, fotos com museus e “cagalhões” da política e etc. não garantem votos.

O triste é ver a cidade suja, toneladas de papel jogado nas ruas e trabalho para pessoas que na sua maioria nada tem a ver com partidos políticos.

Gostaria que nas próximas eleições toda a propaganda política fosse retirada já na quinta-feira que antecede o domingo, dia da eleição. É nojento andar pela cidade e ter de continuar vendo foto de gente que não fez 500 votos e ficou amuadinho.

Provavelmente a forma de protestar desses infelizes vai ser a de deixar por alguns meses essas fotos e frases ridículas apodrecendo pela cidade.

Quero deixar o meu abraço para as viúvas do Moacir, que me surpreendeu. Quando ouvi a apuração da primeira urna na qual ele recebeu 27 votos as risadas foram inevitáveis. Lembrei a carreata dos mil carros mencionado nos comentários do site do Peron.

Acho que eram os votos dos 27 carros que eu vi na mesma carreata.

Aproveitar também para deixar os pêsames aos viúvos da Cecília e família, que ficaram até a madrugada de hoje para retirarem todo o material que sobrou da campanha dos seus comitês certamente para não pagar o aluguel desse mês.

Já aos vitoriosos parabéns! Na minha visão foi feita uma coligação para ganhar eleição, o primeiro objetivo foi alcançado. Os próximos dois anos vão definir se foi feita uma coligação para governar. A minha preocupação é que é muita gente, muito candidato a vereador que não foi eleito e que não vai querer sair no prejuízo.

Não sou de fazer previsões, mas vou me arriscar. Os dois primeiros anos vão ser para acomodar essa galera. Rachas vão acontecer, toda festa boa sempre tem uma briga. Depois o foco vai ser a reeleição do Chiodini e por último a reeleição do Dieter.

Quanto a câmara de vereadores para alguns eleitos vale a máxima: “O crime compensa”.  Acho que vai ser mais um mandato que não saberemos exatamente quem vai ser oposição ou situação.

Como o Dieter ganhou disparado vai ter muito vereador fazendo média para tentar ter o seu apoio numa candidatura para deputado estadual ou federal.

Quero destacar também a quantidade de votos nulos, brancos, e abstenções que somados chegaram quase a 20%. Eu anulei o meu voto e não lavei as minhas mãos, nessa eleição um voto a mais ou a menos não fez diferença para nenhum candidato. Inclusive a vereador.

Podem ficar tranquilos que não vou procurar o Dieter para choramingar um cargo na Fundação Cultural ou na Secretaria de Educação, me sinto mais útil com os meus projetos, sejam de recitais ou educativos, onde eu tenho que realizar um trabalho dentro de um tempo planejado e apresentar resultados.

Com essa postagem encerro o ciclo eleitoral e vou voltar ao foco do blog que é política cultural. Até o final do ano ou início do ano que vem vou dar algumas sugestões para a política cultural municipal para os próximos 4 anos.