No ensaio da
Filarmônica de Jaraguá do Sul/SCAR do dia 09 de novembro de 2012 os músicos
foram informados da temporada 2013. A princípio 10 concertos agendados, sendo 5
com orquestra completa e 5 com grupo reduzido.
Outro concerto
importante, segundo o presidente da Orquestra Filarmônica de Jaraguá do Sul, Gilmar
Moretti, era a abertura do 8° Festival de Música de Santa Catarina – FEMUSC, no
dia 20 de janeiro.
Vou fazer uma rápida
revisão do que aconteceu “musicalmente” falando em Jaraguá do Sul, referente à
música sinfônica, no ano de 2012.
Entre janeiro e
fevereiro tivemos dezenas de concertos sinfônicos graças ao FEMUSC. Logo em
seguida a Filarmônica de Jaraguá do Sul fez uma mini-turnê com 3 apresentações
(Pomerode, Blumenau e Jaraguá), 24, 25 e 26 de fevereiro respectivamente.
Depois disso a
orquestra voltou só em 11 de novembro com um concerto na SCAR e depois no Auto
de Natal, realizado dia 9 de dezembro também na SCAR. Em todas as apresentações
os músicos receberam cachê.
Foram exatamente 5
apresentações com orquestra completa, o mesmo número do próximo ano. Com a
abertura do FEMUSC seriam 6, mas a seguir vou explicar porque esse concerto não
conta.
Em 2012 tivemos um
hiato de 8 meses sem música sinfônica. E olha que Jaraguá é a terra do FEMUSC.
Do mundo todo para o mundo da música, ao menos é o que aparece no folder de
divulgação.
Um concerto para duas
harpas e orquestra foi apresentado. No concerto da Filarmônica do dia 10 de
novembro havia uma parte para harpa na Suíte Carmen de Bizet. A SCAR/Instituto FEMUSC
tem harpas, 17 se não me engano, mas justo naquele dia não havia harpista. Acompanhar uma orquestra, recebendo cachê não
parece ser muito atrativo.
Agora a orquestra
acompanhou as harpas, e... sem cachê! Sim, esse foi o convite que recebi, 4
ensaios e o concerto de abertura do FEMUSC com orquestra grátis.
Analisando friamente é
cômico, um projeto com orçamento superior a 2,4 milhões de reais e simplesmente
não foi planejado a abertura do festival. Já falaram em maior festival escola
do mundo e outras frases de efeito, mas e daí? O que fica para Jaraguá após o FEMUSC?
Ninguém do Instituto
FEMUSC teve a presença de espírito para remanejar algum dos valores do projeto.
Há centenas de banners, folders e cartazes espalhados pela cidade. Será que uma
parte desse valor não poderia ser utilizada para o pagamento da orquestra
responsável pela abertura?
O que devo pensar de um
festival que o foco é o músico sendo que o próprio festival não valoriza o que
Jaraguá do Sul oferece?
Quero aproveitar para
analisar também o seguinte:
O que a Filarmônica
evoluiu desde o primeiro FEMUSC até 2013? Vários músicos saíram de Jaraguá.
Temos músicos que começaram tocando na orquestra daqui e hoje estão morando em
Itajaí, Curitiba, São Paulo, e até nos Estados Unidos. Todos estudando e
vivendo da música.
Um projeto para iniciar
uma orquestra “do zero” aqui em Jaraguá do Sul já andou por algumas empresas em
busca da captação. Projeto longo e com um orçamento milionário.
Quer dizer que, para a
“elite” do FEMUSC, é preferível começar uma orquestra do zero a investir na
Filarmônica de Jaraguá do Sul? Ao menos foi isso que me passou pela cabeça
quando soube dessa história.
Fui estudar no Rio
Grande do Sul com a esperança que esse prédio novo da SCAR fosse utilizado para
trabalhos sociais sérios, não apenas o social recreativo.
Esperava algo próximo
do que acontece hoje com o projeto GURI/Santa Marcelina em São Paulo, ou
sonhando mais alto, o El Sistema na
Venezuela.
Aqui em Jaraguá ainda
existe o discurso: se as criancinhas não
estivessem ali brincando de aprender elas estariam na rua fumando crack. Como
se a natureza do ser humano fosse o consumo de drogas.
Um teatro “sério” tem
uma orquestra fixa, com uma programação anual para manter a comunidade
entretida e principalmente formar plateia. Com 8 meses de hibernação é possível
formar plateia?
Santa Catarina não
possui uma orquestra sinfônica séria. Outros grupos estão surgindo e pelo jeito
a Orquestra Sinfônica de Santa Catarina vai cair no esquecimento. Aliás, ela é
motivo de piada, se cair no esquecimento será melhor.
O interessante é que
após esses 8 meses o concerto da Filarmônica teve um público maior do que muitos
concertos do FEMUSC, que na sua maioria é frequentado pelos alunos.
Enfim, se a
participação da Filarmônica na abertura do primeiro FEMUSC era para ter algum
tipo de retorno, analisando agora, 8 anos depois, claramente não teve.
Prova maior do que essa
de ser convocado para tocar sem cachê não há. Nem o FEMUSC valoriza a
Filarmônica. Será que nas outras aberturas o pessoal também tocou sem cachê?
Alguns sim, todos não!
Chega a ser uma falta
de respeito, não só com os músicos da orquestra, mas com a cidade também.
Lembrando que esse
projeto do FEMUSC passou por outras cidades e estados e finalmente foi
“abraçado” em SC. Coisas do ex-governador Luís Henrique.
Acredito que o dia que
a “elite” do FEMUSC não achar mais interessante continuar por aqui ou receber
uma proposta melhor de outro estado, não sentirão remorsos em se soltar do
abraço.
Obs.: Foi avisado ano passado que o concerto de abertura do FEMUSC não seria pago, sendo esse o motivo de eu não tocar com a Filarmônica de Jaraguá do Sul, muito menos no festival.
Obs.: Foi avisado ano passado que o concerto de abertura do FEMUSC não seria pago, sendo esse o motivo de eu não tocar com a Filarmônica de Jaraguá do Sul, muito menos no festival.
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