Esse será o valor
investido, segundo o jornal Folha SC de 18 de janeiro, na oitava edição do
Festival de Música de Santa Catarina.
Soma-se a isso o valor
das inscrições dos participantes, que novamente esse ano varia de 500 a 800. A
cada dia os jornais divulgam uma quantidade diferente.
Calculando pelo valor
mínimo de 500 participantes inscritos, a uma taxa de 400 reais por músico,
têm-se 200 mil reais só de inscrições. Montante esse acumulado já no ano
passado, afinal a confirmação da inscrição depende do depósito.
Ultrapassa 2,5 milhões
de reais.
Comparado ao orçamento
de uma OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), aproximadamente 84
milhões de reais por ano, o FEMUSC aparenta ser um festival “barato”.
Pode-se deduzir pelos
números que esses 2,5 milhões corresponderiam a uma semana de trabalho da
OSESP, dividindo pelas semanas úteis do ano. Aqui em Jaraguá isso corresponde a
2 semanas.
Fala-se em mais de 200
concertos, dividindo 2,5 milhões de reais por 200 temos cada concerto custando
em média mais de 10 mil reais.
A reportagem fala em
450 empregos diretos criados na região. Emprego direto e trabalho temporário de
duas ou três semanas por um acaso são a mesma coisa? Alguém vai registrar um
funcionário com carteira assinada para 3 semanas de trabalho?
Se somarmos esses 450
“empregos” aos 50 professores (estou arredondando e sempre para menos) temos
500 funcionários para 500 alunos. Média boa, 1 funcionário por aluno.
Será que alguma pessoa
vai conseguir assistir todos os 200 concertos? Por falta de dinheiro não vai
ser porque todos os concertos serão gratuitos, mas haverá tempo hábil para
isso?
Não tá na hora do
FEMUSC entrar para o Guinness Book
pelo maior número de concertos realizados num curto espaço de tempo?
Lembrei dessa notícia
aqui:
Ela apresenta alguns
números do programa Cultura nos bairros de 2011 e 2012. Os dois parágrafos
seguintes me chamaram a atenção:
Em 2011, foram 15 as instituições atendidas, das quais 13 escolas municipais, beneficiando 890 crianças e adolescentes, num investimento total de R$ 33.500,00. As aulas de capoeira movimentaram 393 crianças e adolescentes; as de teatro, 210; as da banda estudantil, 150; e as de dança, 145 estudantes.
É interessante que
tivemos 1.760 alunos nos dois anos. Claro que muitos alunos de 2011 continuaram
em 2012. Mas o que me chamou a atenção mesmo foram os valores.
Nos dois anos do
programa foram investidos R$ 103.500,00 (cento e três mil e quinhentos reais).
O que dá um valor aproximado de 60 reais por aluno. Um valor bem abaixo do
praticado pelas escolas de músicas da cidade. Destaca-se que o programa
proporcionava atividades durante meses e se apresentava em datas comemorativas.
Os bairros beneficiados
pelo programa eram bairros mais retirados do centro da cidade e o projeto
contava com a participação de apenas 4 professores. 870 alunos para 4
professores.
Nessa postagem eu
questionei a contratação do professor de música envolvido nesse programa: http://www.ederw.blogspot.com.br/2012/03/projetos-de-incentivo-musica-e-cultura.html
Agora pergunto: Qual a
lógica de Jaraguá do Sul investir 150 mil reais num projeto de 2 semanas quando
não investe esse valor num projeto de 1 ano? 500 funcionários para atender
pessoas do mundo todo em 2 semanas e para o resto do ano apenas 4 professores?
Tudo bem, o pessoal do
FEMUSC, digo Alex Klein, tem o mérito de trazer um projeto desse porte para cá.
Só que em 8 anos, ninguém em Jaraguá foi capaz de apresentar um projeto
semelhante ao Projeto Guri/Santa Marcelina em São Paulo ou El Sistema na
Venezuela?
O FEMUSC demonstra
claramente, com esses 2,4 milhões de reais, que Santa Catarina e Jaraguá do Sul
têm condições de bancar um projeto desse porte.
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