terça-feira, 27 de novembro de 2012

Resultado das eleições do CNPC

Conforme publicado nessa postagem http://www.ederw.blogspot.com.br/2012/07/processo-eleitoral-do-conselho-nacional.html no mês de outubro foram escolhidos os delegados titulares para as setoriais que formam o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC).

A votação ocorreu de 18 a 23 de outubro, por meio da plataforma virtual do processo eleitoral.

Votaram 2.347 eleitores, correspondentes 81,9% do total de eleitores validados, sendo registrados 2.301 votos válidos e 46 votos nulos.

Foram eleitos 444 candidatos como delegados titulares e 10 como suplentes.

Os delegados eleitos representarão os respectivos segmentos culturais nos Fóruns Nacionais Setoriais, que acontecerão nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, em Brasília, ocasião em que serão eleitos os membros dos 17 Colegiados Setoriais e seus representantes no Plenário do Conselho Nacional de Política Cultural.

O estado de Santa Catarina, na setorial de música, teve apenas 5 eleitores. Na setorial de música de todos os estados brasileiros 306 eleitores inscritos puderam votar.

Destaques positivos: O estado do Paraná participou com 54 eleitores e São Paulo com 61. Destaques negativos: Acre e Roraima não tiveram eleitores.

Dos 5 eleitores catarinenses, 3 eram candidatos e apenas 4 votaram, sendo eu um dos eleitores. Fato esse que segundo cálculo estipulado pela lei eleitoral permitiu apenas um delegado para o estado de Santa Catarina na setorial de música.





O delegado eleito foi o músico Flavio Cesar Nunes Araujo.

Um grupo de discussão para a setorial de música do estado de Santa Catarina foi criado no Facebook pelo próprio Flavio https://www.facebook.com/groups/376537549094619/

O que percebo dos músicos é que a maioria, uns 95%, não querem se incomodar. O processo de inscrição e eleição era completamente virtual. Passar um documento para PDF não é o fim do mundo e nem algo complexo ou demorado, mas parece que os músicos andam muito ocupados.

O grupo de discussão criado no facebook tá parado, ninguém tem ideias, propostas ou sugestões. Apresentei algumas sugestões mas os participantes não dizem se concordam ou não.

É legal que em ano eleitoral sempre tem os candidatos que se dizem da cultura e nesses casos alguns músicos encontram tempo para compartilharem e-mail, ou mensagens em redes sociais pedindo apoio.

Aquele velho papo que os artistas têm de ter um representante e tal. Na boa, cultura não dá voto e o tempo provou isso.

O CNPC proporcionou cada estado escolher o seu representante e vejam o que aconteceu...



É inadmissível o estado de Goiás, terra de Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, Amado Batista, Bruno & Marrone, Léo Jaime entre outros, ficar sem representante.

Nenhum aluno ou professor do curso de música da Universidade Federal de Goiás teve interesse em participar?

Ninguém de Goiás teve inscrição validada. Ou não enviaram os documentos necessários para a validação do cadastro ou esses documentos não eram suficientes para comprovar que eram realmente músicos.

Logo o estado mais próximo de Brasília.

O mesmo ocorreu com Minas Gerais, estado com várias universidades de música e com músicos de reconhecimento nacional (Skank, Zé Geraldo, Paula Fernandes, Gusttavo Lima, entre outros).

Sem falar dos músicos de orquestra sinfônica, parece que por serem funcionários públicos já estão pensando no que vão fazer com a aposentadoria.

Pode ser que todo esse pessoal nem ficou sabendo ou nem sabia que existe um Conselho Nacional de Política Cultural. Repito o que escrevi na postagem que falava das eleições: Foi mal divulgado.

Um dos delegados da setorial de música do estado de São Paulo é o compositor Mario Ficarelli.

Se o CNPC vai resolver ou melhorar alguma coisa ainda é cedo para críticas. Vejo nos delegados eleitos uma oportunidade de cada estado e principalmente cada segmento (música, teatro, circo e outros 14) ter suas reivindicações ou ideias levadas pessoalmente para Brasília.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Algumas bobagens culturais...


Quero dedicar esse post para algumas bobagens culturais comuns do nosso dia-a-dia.




Uma apresentação de 5 minutos não significa que a obra apresentada seja minimalista. Aliás, umas das características do minimalismo, principalmente na música, é a repetição de um grupo de notas por bastante tempo, criando uma atmosfera quase hipnótica.

Segundo o que lemos, todas as músicas tocadas nas rádios seriam minimalistas.

Outro dia recebi um e-mail de um cara se apresentando como o novo Leonardo da Vinci. Escrevi um livro, sou escritor! Gravei um cd, sou músico. Participei da peça de teatro tal, sou ator! Fiz trilha sonora para uma peça tal, sou compositor! Cantei uma música, sou cantor! Dirigi uma peça de teatro, sou diretor!

Gostaria de lembrá-lo que o Tiririca tem 3 cd’s gravados, então pela sua lógica ele seria um músico, e também compositor. Sabemos que o primeiro cd foi um devaneio coletivo momentâneo, imposto por empresários que pagam rádios para tocarem determinada música (Jabá) em sintonia com o que as grandes emissoras de televisão apresentam nos seus programas dominicais.

Só que as consequências foram maiores: virou ator, humorista, apresentador de programa, e para piorar foi eleito deputado federal. Tentou até levar o filho para o mesmo caminho. Felizmente não emplacou. Ainda...

Processo semelhante acontece com as ex-BBB’s. Entram como “anônimas” e depois saem da casa como modelos, atrizes, apresentadoras, repórteres etc.

Seguindo a lógica, o seu Creysson, aquele do Casseta & Planeta, tem um livro publicado, então ele também é um escritor.

Uma vez teve um cara que leu o Código do Consumidor e desejou fazer justiça. Ganhou um espaço num programa policial meia boca e se empolgou. Estudou Direito. Foi eleito Deputado Federal.

Criou até um “Plantão Jurídico” (espécie de tele-advogado) 0900-112222, mas nunca passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Claro, foi processado por exercício ilegal da advocacia. Até para governador do estado de São Paulo já concorreu. Não é que o cara queria ser prefeito de São Paulo?

Ouço e às vezes leio as frases ou palavras de efeito, algo do tipo: gestão do conhecimento (que conhecimento? científico, político ou cultural?), sustentabilidade (que tá na moda), projeto de vida (que inicia quando o cara já sabe o dia em que vai morrer), resgate cultural, preservação cultural, mapeamento cultural.

Esses dias li um santinho de um candidato que dizia: quero ser vereador porque gosto de ajudar as pessoas. Num Facebook leio que outro quer ser vereador porque almeja novos desafios. Outro porque é jovem.

Quer um novo desafio? Vai quebrar pedra em Marte!

O mais interessante foi ler um comentário de uma carta aberta para a comunidade, escrita pela necessidade de explicar uma piada mal entendida. O comentário: Dizem por aí que a insanidade é contagiante!

O que me preocupa são os imbecis motivados. Gente que esquenta arroz em casa e já pensa em abrir um restaurante. Gente que elogia algo sem ter o mínimo conhecimento do que está elogiando. Esse tipo de elogio pode trazer consequências desastrosas no futuro, quando o elogiado desejar se tornar um profissional.

É comum no nosso trânsito encontrar pessoas que compram um Chevette, colam um adesivo “Turbo” no para-brisa e pensam que serão o novo Ayrton Senna. Sem esquecer os toca-fitas RollStar no volume máximo.

Jogadores de Playstation que terminam o Need for Speed e se acham com moral para ridicularizar o Rubinho Barrichello.

Na música é comum o cara forrar a garagem de casa com caixa de ovo e achar que aquilo é um isolamento acústico. Quando na verdade é uma incubadora de aranhas e baratas. Depois vem com aquele papo de estúdio caseiro.

Mas num país onde ser jornalista não necessita de graduação, e que apenas o talento basta, o elogio é tudo. Dá Ibope! Como se estudo e treino fossem para os fracos. Essas aberrações sobrevivem e o pior, procriam. Ah, e também votam.

Num domingo à noite vi que um auxiliar de cozinha, ou motoboy, que mora com a família numa casa própria já é considerado como sendo de classe média. Partindo desse princípio Jaraguá do Sul é o Dubai do Brasil.

Com tudo o que foi exposto nessa postagem posso deduzir que sou: filósofo, blogueiro, escritor, crítico musical, produtor musical, palestrante, humorista, político e jornalista.
Podem ficar tranqüilos, sei também do meu potencial como fisiculturista, modelo, lutador e comentarista de UFC, enxadrista, técnico, jogador e torcedor de futebol.

Tenho também um perfil para vendas no Mercado Livre, então eu posso pensar que sou um comerciante ou empresário.

Só não posso ser professor de música porque o meu diploma é de bacharel em música.

Há uma linha muito tênue entre “hobby” e “doença mental” (Luís Fernando Veríssimo).

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Entendendo um pouco a estrutura cultural jaraguaense


Curiosamente segunda-feira (10.09), li no site do Peron uma relação de cargos comissionados da PMJS. Além da FC (Fundação Cultural), temos a SEMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura) e a SEMED (Secretaria Municipal de Educação). Seria a SEMEC um meio termo entre a FC e a SEMED? E também a Fundação Municipal de Cultura a FMC. 

Eu particularmente não entendi.




Fonte: Sérgio Peron



As poucas vezes que fui a SEMED fazer algumas perguntas nunca me falaram dessa SEMEC. A secretaria existe, e segundo o relatório não tem nenhum funcionário comissionado trabalhando. Acho que todo mundo saiu candidato a vereador ou essas vagas estão sendo negociadas para a futura coligação que ocupar o paço.

Destaca-se a existência da Fundação Municipal de Cultura e da Fundação Cultural. Como eu faço para distinguir as duas? Pelo relatório a FC também não possui nenhum comissionado trabalhando.

Na postagem http://www.ederw.blogspot.com.br/2012/05/perolas-do-conselho-municipal-de.html há um trecho de uma ata de uma reunião do Conselho Municipal de Cultura pedindo a desvinculação da Fundação Cultural da Secretaria de Educação e Cultura.




Temos a Fundação Cultural e a Fundação Municipal de Cultura, ambas com 26 cargos comissionados criados e apenas 15 ocupados.

Secretaria Municipal de Educação e Cultura tem 19 cargos comissionados, mas nenhum ocupado. Infelizmente não faço ideia de quantos funcionários efetivos trabalham nessas secretarias.

O trecho da ata da reunião do CMC é de 08 de fevereiro de 2007. 5 anos depois, por acaso, vejo que tanto a Fundação Cultural e a Secretaria de Educação e Cultura estão com todos os seus cargos comissionados desocupados.

E os funcionários efetivos lotados nessas secretarias, por onde andam?

Desvincular para não funcionar parece ser o lema.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Juventus na Série A.



1° de julho de 2012, começava mais um Campeonato Catarinense da Divisão Especial, conhecido como a Série B do Campeonato Catarinense. O jogo era Juventus contra o Atlético de Tubarão, no ressuscitado estádio João Marcatto. 

Enquanto políticos de segunda divisão prometiam patrocínios de 200 mil reais pessoas de bom coração resolveram arregaçar as mangas e montar um time de futebol.

Uma dívida inicial de 35 mil reais deveria ser paga para que o Juventus pudesse disputar o Campeonato. Compromisso assumido pelo Jornal Correio do Povo.

Começa o jogo, um público aproximado de 2 mil pessoas, bom público para um início de campeonato. Empate em 0 a 0.

Segundo jogo era fora de casa, derrota para o Concórdia pelo placar mínimo.

A partir daí começou uma queda no público dos jogos do Juventus. Pelos vídeos que acompanhei das partidas do Moleque travesso fora de casa, de longe o João Marcatto era o melhor estádio da competição como também o melhor gramado. Exceção do Caxias que jogava na Arena do JEC.

As poucas pessoas que vinham aos jogos criticavam mais do que para torciam. Tinha torcedor que só sabia xingar, mas o nome do jogador não sabia.

O jogo contra o XV de outubro de Indaial, realizado no sábado 22/09, à noite, não contava com 300 torcedores.

O recorde negativo foi o último jogo do returno contra o Guarani de Palhoça. Nem 150 pessoas, contando os jogadores em campo, imprensa, vendedores ambulantes.

Tudo bem que era um jogo atípico, que a derrota interessava para o Juventus que com apenas 4 titulares foi derrotado por 3 a 1. Deixando seus 150 torcedores revoltados.

Destaca-se a divulgação dos jogos que, na minha opinião, foi muito mal feita. Algumas placas perdidas pela cidade, jornais divulgando horário e dia errado.

Felizmente, a partir das semifinais do returno a coisa começou a decolar. Novamente Juventus contra Atlético de Tubarão se enfrentaram aqui em Jaraguá, com o Juve precisando vencer.

Tomamos um gol no começo do jogo, mas graças ao apoio da torcida e principalmente a competência dos jogadores viramos e na mesma noite além de garantirmos a vaga para a final do returno da competição garantimos a vaga para a elite do futebol catarinense.

No jogo havia um público de aproximadamente 2.500 pessoas. Bom público.

Aplausos para os jogadores do Guarani de Palhoça pelo profissionalismo, que mesmo vencendo o turno e garantindo vaga na final do Campeonato, venceram o Imbituba e “ajudaram” o Juventus na volta a Série A.

Esse ano o Imbituba foi o único time que o Juventus não conseguiu vencer. Um empate em casa e uma derrota fora.

A derrota em casa para o Bugre teve as suas vantagens.

A decisão do returno foi aqui em Jaraguá, no melhor jogo do Juventus desse ano. Novamente precisando vencer para ser campeão do returno o Juve jogou fácil e venceu o Bugre de Palhoça por 3 a 0, com 2 golaços do atacante Lourival.

Mais de 3 mil pessoas no jogo.

A final do Campeonato, novamente contra o Guarani teve o maior público de todos. Foi nostálgico ver o João Marcatto quase lotado, mais de 5 mil pessoas, muitos foguetes, muita festa, véspera de feriado.

Pena que o final não foi perfeito, empatamos sem gols. Jogo truncado e que se tivesse mais um tempo não alteraria o placar.

Serviu para mostrar que é possível lotar o estádio com bons jogos, afinal esse ano foi a Segundona de SC, ano que vem vamos receber Criciúma, Figueirense, Avaí, Joinville, Chapecoense e outros times, enfim vai voltar aquela rivalidade da década de 90, quando eu treinava nas categorias de base do tricolor jaraguaense.

Pena que naquela época não havia uma estrutura séria. Lembro que ficava duas tardes por semana fazendo rachão no campo da recreativa ao lado do estádio, sem nenhum treino técnico ou tático. Quando me liguei nisso resolvi não continuar mais.


Foto de 1992 ou 93, eu sou o goleiro com a camisa do Corínthians. Era Ronaldo Giovanelli do Jaraguá esquerdo (Rs). Foi uma preliminar para o jogo Juventus e Criciúma. Lembrando que o Criciúma vinha como campeão invicto da Copa do Brasil de 1991 e um quinto lugar na Libertadores da América de 1992. Naquela ocasião o Juventus perdeu por 1x0. Fui também um dos gandulas daquele jogo.

Daquela geração nenhum vingou. Fica a dica para a diretoria: profissionalizar as categorias de base.  Uma peneira nas escolas de Jaraguá também seria interessante, afinal de contas talento, não só para o esporte como para a arte, se descobre na escola.